Passados já 60 dias do início das enchentes no Rio Grande do Sul, as prometidas linhas de crédito emergenciais do BNDES não chegaram às empresas gaúchas.
Os impactos econômicos e sociais da maior catástrofe climática do Brasil não podem ser delimitados por bairro ou município no RS.
A arrecadação do estado do Rio Grande do Sul caiu 25% e deve reduzir o crescimento do Brasil em até 0,5%. O faturamento das empresas caiu entre 15% e 60%, conforme pesquisa da FETRANSUL com empresas do transporte rodoviário de cargas atingidas.
O propósito das linhas emergenciais do BNDES não é apenas salvar empresas, mas salvar empregos para que a economia do RS tenha condições de se reerguer.
Dessa forma, a FETRANSUL entende que a linha para reconstrução de empresas deve ser destinada às empresas localizadas na zona de alagamentos, com um fundo garantidor para a redução do spread bancário.
Entretanto, as outras linhas de Capital de Giro e Equipamentos devem ser estendidas às empresas de todas as cidades que estão em situação de emergência e calamidade. O faturamento das empresas caiu e deve permanecer baixo por alguns meses, os custos aumentaram, as rotas se tornaram mais longas em distância e tempo, além de estarmos ajudando colaboradores afetados e no transporte solidário de doações.
Diante desta situação de emergência e das dificuldades enfrentadas pelas empresas, a FETRANSUL entende que é necessário tratar com urgência o acesso das empresas gaúchas às linhas emergenciais, já que a capacidade das empresas de manterem empregos chegou ao limite.
Francisco Gonçalves Cardoso
Presidente FETRANSUL
Foto: Mauricio Tonetto / Secom / Governo do RS/ Via Fotos Públicas