Sistema Fetransul promove reunião de lideranças para tratar do aumento do diesel

O novo aumento nos preços do diesel de 24,9% provocou desequilíbrio no setor de logística, gerando descompasso entre os valores dos fretes praticados e o custo das operações. O diesel tem uma participação relativa nos custos do transporte de cargas que pode ultrapassar os 50%, dependendo do tipo de operação. O setor já tinha dificuldade para repassar os quase 50% de aumento do combustível em 2021 e agora precisa lidar com este aumento, considerado absurdo por todos. Diante deste fato não há como não recompor as tarifas, que já estavam defasadas em cerca de 38,82%  sem considerar este novo aumento do diesel. O problema é que o aumento no preço dos combustíveis, gera um efeito dominó aumentando também os demais itens que compõe o custo dos serviços, como pneus, lubrificantes, implementos e principalmente no preço dos caminhões que em alguns modelos aumentaram em mais de 50% nos últimos 12 meses.

Os depoimentos dos empresários que participaram desta reunião, foram de que os embarcadores estão cientes da necessidade de recomposição nos fretes e desde segunda-feira passada estão repassando reajustes emergenciais que chegaram a atingir em alguns casos 25%.

Embora existam iniciativas do governo em reduzir a carga tributária com a unificação das alíquotas do ICMS estaduais e alteração no modelo de cálculo do imposto que passaria a ser monofásico, isto ainda gera muitas dúvidas sobre a sua eficácia, uma vez que precisa da concordância e acordos de todos os Estados que terão até o final deste ano para definir a respeito, até lá, a proposta do governo federal é de calcular o valor com base na média dos preços nos últimos 60 meses, o que já gerou manifestações de discordância de alguns governadores que sinalizaram em levar o tema para o judiciário, já que temem a redução na arrecadação do imposto e defendem a tese de que o governo federal não tem poder para interferir em impostos estaduais.

Referente ao questionamento sobre a ementa que altera a lei 13.033 e que trata da adição obrigatória do biodiesel, o posicionamento da CNT é que o setor deve trabalhar junto aos senadores para rejeitar o Projeto de Lei, solicitando seu arquivamento, já que o aumento do percentual da mistura implicará em maiores custos ao setor, além de encurtar de forma significativa a vida útil dos veículos.

Houve consenso que cabe as entidades empresariais informar ao setor e ao mercado, a repercussão destes aumentos, a fim de contribuir para manter o equilíbrio financeiro das empresas e manter o pleno abastecimento da cadeia logística.