Prefeitura e transportadores avaliam benefícios da construção de ponte em Porto Xavier
fevereiro 10, 2023Maquete eletrônica mostra nova ligação entre os países, que vai custar R$ 220 milhões
Para a prefeitura de Porto Xavier, a construção da ponte ligando Brasil e Argentina, cuja ordem de serviço foi assinada nesta quarta-feira (8) pelo Ministério dos Transportes e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), significa o aumento inicial de 30% no fluxo de produtos exportados e importados na travessia pelo município. O JC havia noticiado na segunda-feira que a assinatura ocorreria nesta semana.
Do ponto de vista das transportadoras de carga, embora a inclusão de mais um ponto de passagem seja positiva, o real impacto dependerá das condições que serão oferecidas aos caminhoneiros neste ponto de escoamento.
A estrutura de 950 metros de extensão, que ligará o município gaúcho de 10 mil habitantes à cidade argentina San Javier e passará sobre o Rio Uruguai, tem investimento liberado de R$ 220 milhões. Com o lançamento da pedra fundamental prevista para ocorrer em setembro deste ano, o prefeito de Porto Xavier, Gilberto Menin, calcula iniciar no meio do ano a seleção dos cerca de 500 trabalhadores necessários para as obras.
“Estamos nos preparando há tempo para este momento, já temos tudo planejado. Tão logo saia a licença ambiental, vamos começar selecionar profissionais. Temos empenhada uma verba de R$ 12,4 milhões de 2022 e orçados mais R$ 41,6 milhões para 2023”, destaca Menin.
A ponte deverá ser concluída até 2026, prazo lamentado pelo diretor de infraestrutura da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul), Paulo Ziegler. “É um absurdo que se precise cerca de quatro anos a execução deste projeto. Por exemplo, uma ponte em Foz do Iguaçu, muito maior e mais exigente em termos de infraestrutura, levou um ano e meio”, compara o dirigente.
Na avaliação de Ziegler, independentemente do tempo que irá demorar para ficar pronta, a nova travessia será benéfica para o transporte. “A economia relacionada ao Oeste do Estado vai ser ampliada e isso é ótimo para nós, pois estamos sempre em busca de pontos de passagem eficientes. Ter mais opções sempre é bom, além de trazer estímulo e crescimento para a cidade”, explica.
Porto Xavier corresponde cerca de 3% a 4% do total de caminhões que atravessam o rio Uruguai. O trânsito, atualmente por balsa, é muito inferior a outras ligações de cidades do Rio Grande do Sul com a Argentina, como São Borja e Uruguaiana.
Segundo a Fetransul, o movimento de transporte internacional de Porto Xavier representa 9% do movimento de Uruguaiana e 10% do movimento de São Borja. Uruguaina tem 157 mil caminhões por ano, ao passo que Porto Xavier tem 14 mil ao ano. Um cenário que pode mudar com a nova ponte.
O incremento do fluxo ainda não foi estimado, mas a expectativa é de que haja uma ampliação nas rotas para mercadorias de maior valor agregado.
Do montante destinado pelo governo federal para a execução da ponte, estão incluídos: a elaboração dos projetos básicos e executivo de engenharia; gestão e execução de todas as etapas e ações necessárias, bem como cumprimento de todas as obrigações e condicionantes, requeridas no processo de licenciamento ambiental; apoio aos serviços de desapropriação, remoção e reassentamento; execução das obras da ponte internacional, acessos nas duas margens e infraestrutura dos complexos integrados de fronteira (Aduana), na rodovia BR-392/RS.
Fonte: JC / Imagem: Oito Arquitetura e Sustentabilidade/DIVULGAÇÃO/JC