Fetransul reúne Diretoria em Gramado/RS

A Fetransul realizou neste sábado, 30 de novembro, em Gramado/RS, a sua reunião de Diretoria para fazer um balanço de suas atividades no ano de 2024 e debater seu planejamento para 2025.

No turno da manhã foram apresentados três painéis técnicos. O primeiro foi com o economista André Matcin, do Banco Itaú, que apresentou o cenário da economia global e seus efeitos no Brasil, além de trazer as projeções para o crescimento do país para 2025. Segundo ele, a inflação se manterá estável, a taxa SELIC tem viés de alta, e o câmbio, projetado em R$ 5,70/US$ 1,00 reflete as incertezas do Brasil. As análises do Itaú apontam para um crescimento do PIB de 1,8% em 2025, ante a média mundial de 3,1%. Mactin interpreta que o TRC gaúcho já está recuperado do ciclo da enchente de maio, porém a receita real das empresas teve um declínio, pois os custos aumentaram mais que a inflação.

O segundo painel abordou os combustíveis no Brasil. O engenheiro Raflem Santos, da CNT, explicou as diversas alternativas disponíveis no Brasil, assim como as questões técnicas em jogo neste tema. Ele informou que o projeto de introduzir uma mistura de até 14% de óleos vegetais no diesel traz prejuízos à frota de caminhões. Na Europa este índice é de 7%, e a indústria de veículos assegura que seus motores estão ajustados para esta mistura. Santos alerta que o máximo admissível é de 10%. Conclusivamente, ele interpreta que a concepção nacional privilegia o produtor de biomassa e não o consumidor do combustível. Francisco Cardoso, presidente da Fetransul, acrescentou que, além deste limite de 10% na mistura, o Brasil precisa conformar um plano incentivado de renovação da frota, viabilizando que os veículos mais antigos, maiores emissores de CO², sejam retirados do mercado com mais rapidez.

O terceiro painel abordou temas legais. Na primeira parte, Raquel Caleffi, assessora jurídica da Federação, versou sobre questões trabalhistas e a recente decisão do STF, relacionada à jornada de trabalho de motoristas. A advogada reiterou que o tempo de espera, o descanso semanal, o repouso no veículo em movimento (2º motorista), e as 11 horas de jornada se tornaram cláusulas da lei que só se podem alteradas mediante promulgação de lei, tornando-se aspectos que devem ser considerados com atenção pelas empresas e entidades sindicais.

A segunda apresentação do setor jurídico coube ao advogado Fernando Massignan, do escritório Zanella Advogados, que assessora a Fetransul em temas tributários. Ele versou sobre a reforma tributária e seus efeitos sobre o transporte de cargas. O advogado alertou que diversas conquistas recentes do setor vão deixar de existir com as novas regaras tributárias. Massignan alertou que o setor deve acompanhar com atenção as mudanças que vão ocorrer nos próximos cinco anos, pois o novo modelo fiscal demandará um replanejamento tributário e outra educação fiscal.  Franscisco Cardoso acrescentou que a reforma tributária poderá trazer vantagens ao transporte, sobretudo no tributo estadual (IBS), pois as empresas vão dispor dos créditos tributários para o cálculo deste imposto.       

Reunião da Diretoria

No turno da tarde a Diretoria da Federação teve duas reuniões. A primeira serviu para o presidente fazer um relato das atividades em curso ao logo do segundo semestre do ano, desde a eleição. O diretor financeiro apresentou o balanço financeiro do ano, consolidado até o mês de outubro. Também foi submetido à Diretoria o orçamento para 2025. Coube a área de comunicação submeter à votação duas criações da nova marca da Entidade, assim o layout do novo site da Federação. Em temas gerais, os diretores debateram iniciativas que desejam que sejam trabalhadas pela Fetransul ao longo de seu mandato.

As reuniões da tarde trouxeram subsídios para que a Federação estabeleça seus planos de ação para 2025, assim como definiu o planejamento estratégico da Entidade, diante de seu papel de representação setorial.