Concessão do Bloco 2: lideranças solicitam adiamento de audiência pública no Vale do Taquari

Prazo insuficiente para analisar a modelagem e tarifas altas do free flow motivam críticas de lideranças e da comunidade regional

Lideranças do Vale do Taquari e do Norte do RS pedem que o Governo do Estado adie a audiência pública marcada para o dia 24 de janeiro, no Teatro Univates, para ouvir sugestões da comunidade regional sobre a concessão de rodovias dentro do Bloco 2. Este bloco conta com quatro rodovias no Vale do Taquari — ERS-128 (Via Láctea), ERS-129, ERS-130 e RSC-453 (Rota do Sol) — e três no Norte gaúcho (ERS-135, ERS-324 e BR-470).

O pedido de adiamento por 30 ou 45 dias será feito na próxima segunda-feira (20), em Porto Alegre. Conforme o diretor de Infraestrutura da Federação das Empresas de Logística e Transporte do RS (Fetransul), Paulo Ziegler, o pedido de mais tempo ocorre devido ao volume de material a ser analisado.

O Governo do Estado solicitou ao BNDES que realizasse um estudo técnico para definir a modelagem da concessão. Ziegler destaca que o banco de fomento teve um ano para fazer esse estudo mais abrangente. O levantamento conta com mais de mil páginas, incluindo os anexos. A documentação foi liberada na última segunda, quando foi aberta a consulta pública. Até o dia 24, quando está marcado o encontro na Univates, seriam 11 dias corridos para as lideranças e a comunidade se inteirar.

Para o dirigente, é pouco tempo para se preparar e alcançar uma discussão mais qualificada. Ziegler considera que a modelagem da concessão é adequada em termos de infraestrutura logística, porém, precisa ser ajustada na parte econômica. “A tarifa está sendo o principal entrave hoje, o nosso principal desacordo. Nós pedimos que o governo reconsidere o que está sendo proposto pelo BNDES”, pontua.

O bloco contará com o sistema free flow, com a cobrança de pedágio em fluxo livre, sem praças físicas. A tecnologia funciona por meio de pórticos instalados nas estradas, que fazem a leitura da placa ou de um chip nos veículos. Serão 24 pórticos instalados nas rodovias do Bloco 2.

Conforme o líder empresarial, está prevista a cobrança de 23 centavos por quilômetro rodado no caso de rodovias de pista simples e 30 centavos para pista dupla. Para baratear esse custo para o usuário, pede-se que o Governo do Estado aporte um valor maior de contrapartida.

Em 30 anos de concessão, estão previstos R$ 6,7 bilhões de investimentos nas sete estradas que compõem o bloco. A área abrange 32 municípios gaúchos, que representam 17,5% da população estadual, com um total de 414,91 quilômetros.

A concessão prevê a duplicação de 244 quilômetros e a implementação de 101 quilômetros de terceiras faixas para ampliar a fluidez e a segurança das estradas envolvidas. Outras melhorias previstas são a implementação de 323 quilômetros de acostamentos, 73 quilômetros de marginais e 43 passarelas para pedestres.

Confira AQUI entrevista completa com Paulo Ziegler, Diretor de Infraestrutura da Fetransul

Fonte: www.independente.com.br / Tiago Silva

Compartilhe esta notícia

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
plugins premium WordPress