Faturamento real sobe 11,4% em maio ante abril, informa CNI
julho 7, 2020Corroborando a avaliação da equipe econômica de que o fundo do poço da crise decorrente da pandemia de covid-19 ocorreu em abril, o faturamento, as horas trabalhadas e a utilização da capacidade na indústria cresceram em maio. De acordo com os Indicadores Industriais apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no entanto, o emprego e a massa salarial no setor continuaram a cair no quinto mês do ano.
Os dados divulgados nesta segunda-feira mostram que, após o enorme tombo de abril, o faturamento das fábricas brasileiras cresceu 11,4% em maio, já considerando os efeitos sazonais entre os dois meses. O resultado interrompeu a sequência de quedas no indicador após as paralisações ocorridas em diversas unidades industriais em março e em abril – com retrações de 4,2% e 23,5%, respectivamente.
“É óbvio que a base estava muito deprimida com quedas muito fortes nos meses anteriores. Em situação normal, uma alta dessa magnitude seria para se comemorar muito, mas na verdade é uma recuperação bem tímida diante da perda”, avaliou o economista da CNI Marcelo Azevedo.
A retomada em maio, de fato, não significou uma recuperação plena na indústria. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o faturamento ainda apresentou uma perda de 17,7%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a retração nas vendas do setor foi de 8,1% na comparação com 2019.
O início da recuperação no faturamento refletiu nas horas trabalhadas nas fábricas, que cresceram 6,6% em relação abril, considerando o ajuste sazonal. Com isso, a utilização da capacidade instalada na indústria chegou a 69,6% em maio, alta de 2,6 pontos porcentuais em relação ao mês anterior (67,0%).
Da mesma forma que o faturamento, a evolução desses indicadores em maio ficou aquém do registrado no mesmo mês do ano passado. No caso das horas trabalhadas, ainda houve uma retração de 18,4%, enquanto a utilização da capacidade instalada ficou 8,5 p.p. abaixo dos 78,1% de maio de 2019.
“Ainda é cedo para cravar uma recuperação em forma de V. Imaginamos um V mais aberto. Ainda há incertezas muito grandes. Se pandemia voltar, com passos atrás nas medidas de isolamento social, pode haver um movimento em forma de W no gráfico. Não é o nosso principal cenário, mas não podemos descartar”, finalizou o economista.
Fonte: JC