Governo admite a duplicação da RS 118, sem pedágio
setembro 26, 2024A RS 118 pode e deve ser duplicada no trecho Viamão-Alvorada com os recursos do não pagamento da dívida do estado com a União. “E sem pedágio”, adiantou o deputado estadual Miguel Rossetto (PT) em reunião com o secretário de Reconstrução do governo do estado, Pedro Capeluppi, e o Movimento RS 118 Sem Pedágio.
O secretário reconheceu que os recursos existem e o Funrigs é uma “janela de oportunidades” para a duplicação do trecho Alvorada-Viamão sem pedágio. O deputado referiu os quase R$ 900 milhões já depositados no fundo. “O início das obras, estimadas em R$ 140 milhões, é urgente”, cobrou Rossetto.
Capeluppi informou que o Governo do RS aguarda a conclusão dos estudos do BNDES sobre a concessão de rodovias para identificar qual a melhor forma de viabilizar a duplicação. Ele admite que a RS 118 está incluída nestes projetos. O secretário conjecturou o uso de recursos públicos para a duplicação, porém coteja que o investimento possa ser feito pela concessionária que vier a operar o bloco 1 de rodovias, do qual faz parte a RS 118. Avançando no desenho de cenários, Capeluppi admitiu que possa haver a possibilidade da RS 118 ser parte desta concessão, sem que nela haja cobrança de pedágio, mesma situação da BR 448. Outra informação agregada pelo secretário é de que o projeto da RS 010 deverá fazer parte deste bloco de rodovias.
O deputado pontuou que a RS 118 tem uma importância estratégica para Alvorada e Viamão, municípios com baixos PIBs no estado. Para Rossetto e a deputada Stela Farias, líder do Movimento 118, “a duplicação da 118 vai estimular investimentos em Alvorada e Viamão, garantir a integração da região metropolitana e trazer mais segurança para Porto Alegre, como aconteceu durante as enchentes”. Por 30 dias, a rodovia foi a única ligação da capital do estado com o resto do país, lembrou Rossetto. Com os recursos da suspensão da dívida, que ficam no RS, “é possível duplicar já a RS-118, sem pedágio”, completou. Para o deputado, “pedágios em áreas urbanas são verdadeiros muros que desintegram as regiões e aumentam o custo para as pessoas que circulam diariamente na região, o que deve ser evitado”.
O coordenador do Movimento RS-118 Sem Pedágio, Darcy Zottis, ainda afirmou que a instalação de um pedágio na 118 inviabilizaria o necessário crescimento econômico da região. “Ampliaria o problema social e aumentaria o desemprego em Alvorada e Viamão, cidades que são dormitórios para milhares de moradores que se deslocam diariamente para trabalhar nos municípios vizinhos”.
O diretor de Infraestrutura da Fetransul, Paulo Ziegler, acrescentou que a construção da rodovia RS 010 suscitará a oportunidade para que se implante um anel viário metropolitano que retirará a sobrecarga de tráfego da BR 116 entre Porto Alegre e Novo Hamburgo.
Frente ao contexto de novas definições que deverão compor o encaminhamento da duplicação do trecho da RS 118 entre Viamão e Gravataí, uma nova reunião com o secretário Pedro Capeluppi ficou marcada para novembro.
Também participaram da reunião Itiberê Borba (representando a deputada Stela Farias), Milton Pires (Presidente do CDL Viamão) e Antônio Branco (Coordenador da Assessoria de Controle Interno e Gestão de Riscos da Secretaria de Reconstrução do RS).