Governo quer conceder 16 mil km de rodovias à iniciativa privada
junho 26, 2019O governo federal pretende transferir 16 mil quilômetros (km) de rodovias para a iniciativa privada por meio de concessões, disse hoje (24) o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Em um encontro com empresários no Rio de Janeiro, ele afirmou que praticamente toda a malha viária do estado deve ser concedida à iniciativa privada, incluindo o Arco Metropolitano e a Rodovia Rio-Santos.
Freitas afirmou que a nova concessão da Rio-Teresópolis será feita incluindo o
Arco Metropolitano, e a nova concessão da Rio-Juiz de Fora (BR-040) vai
contemplar as obras na subida da serra, em Petrópolis.
O ministro também adiantou que a licitação da Dutra (BR-116) vai incluir obras
da nova descida da Serra das Araras como investimento obrigatório. O leilão da
BR-116 está previsto para o ano que vem, e o vencedor vai operar a partir de
2021.
“Na nova licitação da Nova Dutra, a gente vai pegar o trecho que vai do Rio
para Ubatuba, ou seja, vamos pegar a Rio-Santos e incorporar a [BR] 101, em São
Paulo, nessa concessão da Nova Dutra. Vamos ter a malha do Rio de Janeiro
praticamente toda concedida, toda nas mãos da iniciativa privada”, disse ele,
que afirmou que também está em estudo uma forma de cobrar o pedágio por
quilômetro rodado na Dutra, para adicionar na base de pagamento os usuários da
rodovia que trafegam entre as praças de pedágio. “Aumentando a base de
pagamento consigo trazer muito investimento para a rodovia e trabalhar até com
tarifas menores”.
O ministro citou outras rodovias que estão nos planos do governo para
concessão: os percursos das BRs 163 e 230, entre Mato Grosso e Pará, das BRs
381 e 262, entre Minas e Espírito Santo, e das BRs 364 e 365, entre Minas e
Goiás.
No setor portuário, além de terminais, o governo pretende privatizar Companhia
Docas, e a primeira experiência será com a Docas do Espírito Santo. A empresa
foi escolhida por ter menor passivo trabalhista, menos funcionários e menos
contratos de arrendamento. “É um bom case para começar essa jornada”, disse o
ministro.
Em ferrovias, o governo planeja aproveitar os pagamentos de outorga das
concessões para que as empresas concessionárias construam novas ferrovias. A
exigência já deve ser incluída na renovação da concessão da Vale nas estradas
de ferro dos Carajás e Vitória-Minas.
“A Vale vai construir para o governo a Ferrovia de Integração Centro-Oeste
[Mato Grosso a Goiás]. Ela vai pagar a outorga dela fazendo essa construção. No
final das contas a ferrovia é nossa, do Estado, que vai licitar e exigir uma
nova outorga”, disse o ministro, que acrescentou que a empresa também vai construir
o Ramal Cariacica-Anchieta, no Espírito Santo, como parte do pagamento da
outorga.