Presidente da Fetransul analisa retomada da produção de caminhões
setembro 11, 2020Afranio Kieling foi entrevistado pela colunista de Economia, Marta Sfredo
O presidente da FETRANSUL, Afrânio Kieling, falou sobre como está a demanda por caminhões, destacou que o setor de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística não parou em nenhum momento da pandemia e comemorou a retomada dos dois setores.
Leia abaixo a íntegra da Coluna de Marta Sfredo, publicada em GZH nesta sexta-feira (11).
No meio da pandemia, está faltando caminhão
Descompasso entre parada das montadoras e aceleração das entregas causa dificuldade na área de logística
Por prestar um serviço essencial, as transportadoras estão entre as empresas que não pararam durante a pandemia. Por outro lado, as atividades nas fábricas de caminhões, essenciais para manter a logística do país operando, foram afetadas pela crise. Agora, algumas empresas de logística estão com dificuldade de comprar caminhões.
À coluna, o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Fetransul), Afrânio Kieling, relatou a situação. Segundo ele, dependendo da demanda algumas fábricas não têm caminhões para entregar:
— Não é simples, diversos fatores devem ser observados para entendermos o cenário atual. Antes mesmo da pandemia chegar ao Brasil, já havia atingido outros países. Por isso, alguns fornecedores de componentes para a indústria acabaram paralisando a fabricação. Além da questão dos insumos, as fábricas demitiram os funcionários, deram férias, desligaram os motores. Por isso, não é do dia para a noite, que se acende a luz e a cadeia de produção volta a funcionar. A retomada é lenta.
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em agosto, foram emplacados 8,1 mil caminhões no país. O volume é 15,3% inferior ao mês de julho. No acumulado do ano, também houve retração de 14,9%. Entre janeiro e agosto deste ano, foram vendidas 55,5 mil unidades, ante 65,2 mil no mesmo período de 2019.
Kieling destaca também que o setor está enfrentando um “bom problema”:
— Imaginávamos que a retomada chegaria só em 2021, ou até mesmo em 2022. Tínhamos uma expectativa a longo prazo. Porém, o cenário começou a melhorar ainda neste ano. Hoje, podemos afirmar que o pior já passou.
Para Kieling, também é necessário considerar as medidas sanitárias e de distanciamento social vigentes nas fábricas. A adequação à nova realidade imposta pela pandemia, tende a influenciar no ritmo de produção das fábricas.
— Por ser um setor muito dinâmico, o diagnóstico da situação é praticamente um quebra-cabeças. Nosso setor não parou, e, com certeza, aos poucos, a fabricação dos caminhões vai voltar.
Fonte: GZH / Marta Sfredo *Colaborou Camila Silva