SETCEMG alerta: o negócio só é bom quando todos ganham
novembro 12, 2021Há um costume no nosso setor de transporte de cargas que merece uma reflexão:
O comprador de frete tem estabelecido o preço para o serviço, o prazo para pagamento e exigido ou transferido muitas outras obrigações para o transportador! Esta lógica está ou não invertida? A negociação entre as partes não existe?
Na maioria das transações comerciais, quem coloca o preço na mercadoria ou nos serviços é quem está vendendo. Pense num simples corte de cabelo, ou em compras de supermercado ou na contratação de serviços de um advogado. Quem determina o preço? O mercado só baliza.
No nosso setor, não é diferente. Quando compramos o caminhão, o óleo diesel, os pneus ou peças e manutenção, quem precifica são os nossos fornecedores.
É claro que a negociação sempre existe nas transações comerciais. Mas, as empresas de transporte, na grande maioria dos casos, ficam reféns dos seus contratantes. É uma relação comercial desequilibrada. Na prática, o embarcador determina quanto vai pagar, quanto vai dar de reajuste nos fretes, o prazo de pagamento, além de exigir do transportador um rosário de obrigações adicionais. Como o nosso setor é muito pulverizado, ocorre um desequilíbrio comercial, tendo de um lado muitos competidores no mercado e do outro lado, os nossos clientes que, em sua maioria são grandes empresas. É como se as empresas do TRC fossem pedintes de rua.
Diante deste cenário, chamamos a atenção dos empresários de transporte e também dos embarcadores para que esta relação seja mais justa e equilibrada.
Para os empresários do TRC, recomendamos acreditar mais na qualidade dos seus serviços preservando assim a sobrevivência das suas empresas e do seu patrimônio.
Transportar com prejuízo é a maneira mais rápida de acabar com a empresa.
É verdade que temos concorrentes por todos os lados, mas será que o seu cliente trocaria a sua empresa por algum outro transportador apenas por causa do preço do frete? Não subestime a sua capacidade e a qualidade dos seus serviços! Pense: você age assim com os seus fornecedores? Para citar apenas um exemplo: você reforma pneus com qualquer reformadora? Ou avalia preço, qualidade e confiança?
Atualmente, mais do que nunca e com a inflação de volta, o empresário do TRC precisa ficar muito atento à rentabilidade dos seus fretes. Nos últimos 3 anos, os preços de caminhões e carretas dobraram, o preço do óleo diesel disparou, pneus e peças também dispararam e por aí vai. Exemplos de aumentos brutais de custos não faltam. E o seu frete, subiu quanto? Você vai conseguir sobreviver? Você vai conseguir renovar a sua frota? Tudo é muito caro, são milhões de reais em jogo e o assunto merece toda a atenção do empresário!
Do lado dos embarcadores, observamos no dia a dia e com muita frequência uma total falta de parceria e até mesmo falta de respeito com as empresas do TRC. A maioria dos executivos das grandes empresas estão focados em ganhar o seu bônus anual e para isto estrangulam as empresas de transporte. Eles não estão preocupados com o que vai acontecer no ano seguinte e nem respeitam os valores e princípios das empresas. Chegam ao ponto de atrasar pagamentos deliberadamente apenas para alcançarem as suas metas. Estes mesmos executivos não atendem telefonemas, não respondem mensagens e deixam as empresas de transportes à deriva.
É preciso mudar as regras deste jogo!
As empresas do TRC não vão conseguir sobreviver se isto não mudar!
Os embarcadores estão matando as empresas. Esta conta vai chegar!
A lógica da compra e venda tem que prevalecer!
O negócio só é bom quando todos ganham!
Se apenas uma parte ganha, a outra quebra e desaparece do mercado.
O SETCEMG alerta:
As transportadoras não aguentam mais estes constantes aumentos nos custos. Para a sobrevivência do setor é imprescindível o repasse imediato de todos os aumentos para o preço do frete, que lembramos é à vista. Se houver prazo para pagamento, o custo financeiro do prazo concedido mais o custo da antecipação do recolhimento dos tributos (que é praticamente à vista e recolhido antes do recebimento do serviço) deve ser acrescido ao valor do frete.
Entre no site www.setcemg.org.br e fique atualizado com tudo o que acontece no setor TRC.
Belo Horizonte, novembro de 2.021.
Fonte: SETCEMG